Esta memória e a vontade de tornar este espaço outra vez num lugar ocupado e utilizado por todos foi a nossa motivação para os diferentes objetos que povoam este lugar. O facto de ser um processo participado, colaborativo e de auto-construção levou a um engajamento maior e um sentido de apropriação da comunidade em relação à proposta. A dinâmica de auto-construção e processo de investigação é uma constante no desenvolvimento destes trabalhos que têm uma componente multidisciplinar muito forte e que faz com que os mesmos tenham razão de ser. O trabalho com a madeira enquanto material bastante versátil e durável, de fácil transformação e com diversas potencialidades de formas, texturas e cores.

  

  

  

  

A nível pedagógico surgiram desafios interessantes de como por exemplo inserir as crianças nas diferentes fases da conceção dos objetos, para além da exploração criativa e gráfica que se realizou previamente. Possibilitar o contacto com um lado mais físico, criativo, arriscado do que podem ser outras realidades e possibilidades foi um mote para fazer com que as crianças fossem parte ativa neste processo. Como é que se inicia um processo em que se quer envolver uma comunidade a participar na discussão e reflexão sobre que tipo de espaço público gostariam de ter e a realidade do que existe. Balançar expectativas com a realidade, contrastar os resultados, não desanimar com os contratempos e os problemas que estão inerentes a este processo que muitas vezes fogem do domínio da arquitetura e do que nos rodeia. Este foi o primeiro projeto junto com uma comunidade que tivemos o prazer de desenvolver e foi uma aventura e tanto.

  

  

  

  

  

  

Um processo construtivo e pedagógico que deriva de uma tentativa-erro, que se adapta e ajusta às condicionantes criadas pelo contexto pandémico e às restrições económicas que infelizmente se encontram neste tipo de projetos mas procura acima de todo, construir um espaço público que se quer alegre, democrático e abrangente.

  

  

  

  

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